A visita "sem ironia" do PCP a um hospital Espírito Santo
No âmbito das Jornadas Parlamentares do PCP, deputados comunistas visitaram esta segunda-feira o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, uma parceria público-privada (PPP) gerida pela Espírito Santo Saúde (ESS), que em agosto passou por momentos de indefinição, como admitiu o seu administrador executivo, Artur Vaz, perante os parlamentares e jornalistas.
Durante dois, três dias, este responsável temeu que não houvesse dinheiro para pagar os ordenados dos funcionários do hospital, perante a indefinição de onde ficaria a sociedade gestora do ESS - se no "banco mau" ou no Novo Banco. Agora, só espera que o desfecho da OPA (oferta pública de aquisição) se concretize o mais rapidamente possível. "O desfecho ideal é termos rapidamente uma solução acionista para nos deixarem continuar a trabalhar", apontou Artur Vaz.
O administrador garantiu que "no hospital, há estabilidade" e para os utentes será "indiferente" o resultado final dessa OPA. Afinal, argumentou, há um contrato com o Estado que estabelece o "serviço público" que tem que ser garantido.
João Oliveira - que ouviu atentamente as explicações da administração durante quase uma hora - explicaria no fim, aos jornalistas, que "não há ironia nesta visita".
Mantendo "preocupação com modelo encontrado de gestão" para esta unidade hospitalar, inaugurada em 2012, e "conhecida a discordância" do PCP perante uma "solução de uma gestão que não é integralmente pública, o líder parlamentar comunista insistiu que a "resposta hospitalar" que o Hospital de Loures garantir "é decisiva para as necessidades dos utentes". E sublinhou: "Não há razão nenhuma para ser posta em causa", apesar de ser "um ativo apetecível para a exploração privada porque é muito rentável".
Na visita guiada ao hospital, houve utentes que reconheceram o jovem líder parlamentar comunista. "É o do PCP", comentaram algumas pessoas à sua passagem. Loures voltou a ser autarquia comunista, nas eleições de setembro de 2013. "Vamos para a esquerda", apontou, quase no final da visita, um dos responsáveis do hospital. "É sempre uma boa opção", respondeu, bem disposto, João Oliveira.